As doenças tireoidianas englobam um grupo de condições clínicas que atingem a tireoide, responsável pela produção de T3 (triiodotironina) e T4 (tiroxina).
A etiologia, os sinais e sintomas mudam de acordo com a disfunção presente, hipertireoidismo ou hipotiroidismo, e suas variações clínicas (1).
Como em muitas condições de saúde, o tratamento das doenças tireoidianas também é multiprofissional, incluindo a importante atuação do nutricionista.
E qual o papel da nutrição e alimentação nas doenças tireoidianas?
O metabolismo da tireoide pode ser afetado pelo excesso ou falta de iodo, assim como pela deficiência de micronutrientes importantes. Para a saúde pública, intervenções como a iodação do sal visam regular exatamente isso.
No atendimento individual o nutricionista pode, entendendo qual o quadro de disfunção tireoidiana presente, avaliar quais estratégias nutricionais podem ser aplicadas para prevenção de agravamentos ou auxiliar na estabilidade do quadro clínico atual.
Estratégias nutricionais
- Atenção aos exames laboratoriais: para o acompanhamento de disfunções tireoidianas é possível solicitar os níveis de TSH e T4 livre, lembrando que o diagnóstico é sempre médico;
- Educação nutricional: é importante promover autonomia alimentar, principalmente em condições crônicas de saúde, assim podem realizar melhores escolhas ao entender as suas restrições;
- Adequações dietéticas: o consumo de alguns nutrientes são essenciais para o funcionamento da tireoide e produção dos hormônios que regulam as funções tireoidianas. Atenção para:
- Selênio – as enzimas tireoperoxidase, glutationa peroxidase e deiodinases são dependentes de selênio;
- Ferro – mineral essencial para reações de peroxidação presentes no metabolismo dos hormônios tireoidianos;
- Zinco e Magnésio – minerais atuantes em diversas reações enzimáticas, por isso essenciais para o metabolismo da tireóide.
Esse foi um breve resumo, esperamos que a sua conduta clínica esteja sempre baseada em evidências científicas e com apoio de outros profissionais qualificados!
Deixamos dois consensos brasileiros sobre o tema nas referências, confira!
Até mais!
REFERÊNCIAS
- SGARBI, J. A., et al. Consenso brasileiro para a abordagem clínica e tratamento do hipotireoidismo subclínico em adultos: recomendações do Departamento de Tireoide da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia. Arq Bras Metab., v. 57, n.3, p. 166-183, 2013. http://dx.doi.org/10.1590/S0004-27302013000300003
- MAIA, A. L., et al. Consenso brasileiro para o diagnóstico e tratamento do hipertireoidismo: recomendações do Departamento de Tireoide da Sociedade Brasileira de Endocrinologia e Metabologia. Arq Bras Metab., v. 57, n.3, p. 205-232, 2013. http://dx.doi.org/10.1590/S0004-27302013000300006
- FARIAS, C. R; KNOBEL, M. in Bases Bioquímicas e Fisiológicas da Nutrição: nas diferentes fases da vida, na saúde e na doença. Barueri: Manole, 2 ed., p. 1298-1324, 2020.