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Coenzima Q10: a importância no esporte

Você já deve ter reparado que esse nome tem aparecido em muitas propagandas, principalmente de produtos de beleza e nutricosméticos. Pois é. A coenzima Q10 (Coq10), que também é chamada de Ubiquinona ou Vitamina Q10, é produzida naturalmente pelo nosso corpo, mas também pode ser obtida por meio da alimentação.

Em nosso corpo, os órgãos que apresentam maior concentração de Coq10 são o coração, rins, cérebro e fígado. Já na dieta, é encontrada em maior concentração nos alimentos como frango, carne bovina e suína, cavala, sardinha, nozes, grão de soja (seco ou cru verde), pistache, brócolis, espinafre, óleos de soja, gergelim, milho e algodão e feijão azuki.

Indo mais a fundo, a Coq10 é um componente presente em grande quantidade nas membranas celulares, especialmente dos lisossomos, do complexo de Golgi e das mitocôndrias, onde é capaz de controlar as reações bioquímicas de óxido-redução (ação antioxidante), modulação da permeabilidade mitocondrial e indução da apoptose, controle do pH, geração de ATP e modulação da expressão de vários genes (Barcelos, 2019).

Estudos indicam que com o passar do tempo e o aumento natural da idade, o conteúdo de Coq10 nos diversos tecidos tende a reduzir de forma sistemática. Para dar alguns exemplos, chegamos a perder em média 83% do conteúdo de Coq10 nas células pancreáticas dos 20 aos 80 anos, reduzimos 72% do conteúdo de Coq10 no músculo cardíaco entre os 58 e 76 anos, e pelo menos 50% do conteúdo de Coq10 nas células adrenais também são reduzidos dos 20 aos 80 anos (Crane, 2001). Isto é muito relevante, pois altera toda a capacidade de funcionamento celular dos diversos órgãos, o que reduz a nossa vitalidade e favorece o surgimento de doenças.

No âmbito esportivo, a suplementação de coenzima Q10 parece ter uma importante aplicabilidade. Emami A et al (2018 e 2019) selecionaram 36 nadadores de elite e promoveram suplementação de 300mg/dia de Coq10 por 14 dias e observaram redução significativa dos marcadores inflamatórios e de estresse oxidativo bem como do cortisol, epinefrina e noraepinefrina e da contagem total de leucócitos, assim como redução dos danos ao músculo cardíaco. Segundo os autores, os benefícios foram evidentes na medida em que atletas que apresentam estresse oxidativo e inflamação exacerbada de forma crônica tem maior risco de lesão miofibrilar esquelética, danos no coração, imunossupressão e perda de rendimento.

Fonte:

Barcelos IP, et al. CoQ10 and Aging. Biology (Basel). 2019 May 11;8(2).

Crane, FL. Biochemical functions of coenzyme Q10. J Am Coll Nutr. 2001 Dec;20(6):591-8.

Emami A. The Impact of Pre-Cooling and CoQ10 Supplementation on Mediators of Inflammatory Cytokines in Elite Swimmers. Nutr Cancer. 2019 May 16:1-11.

Emami A, et al. The effect of short-term coenzyme Q10 supplementation and pre-cooling strategy on cardiac damage markers in elite swimmers. Br J Nutr. 2018 Feb;119(4):381-390.

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