No mês de setembro, uma das importantes datas na área da saúde é o Dia Mundial do Alzheimer (21/09).
Cada vez mais, estudos demonstram associações entre fatores dietéticos e diversas condições de saúde, como as doenças neurodegenerativas.
Alzheimer é um dos tipos mais comuns de demência, os primeiros sintomas podem aparecer após 20 anos das primeiras alterações estruturais no cérebro. A alimentação é um dos principais fatores de impacto na saúde cognitiva e neurológica (1).
A nutrição tem um papel essencial no sistema neurocentral, há vitaminas e minerais essenciais para o metabolismo de neurotransmissores e enzimas essenciais em processos de sinalização celular (2).
A deficiência, ou o consumo restrito, das vitaminas A, D, E e B12 foi associada com a doença de Alzheimer. Já o consumo adequado das vitaminas A, D, E, K e B12 apresentou associação com uma melhora da cognição. Há outras associações analisadas em estudos com modelos animais, inclusive para a expressão de beta-amilóide (3).
Um artigo mais recente uniu todas as atuais orientações dietéticas para a prevenção do Alzheimer. Uma dieta que está sendo mais estudada é a MIND, uma combinação da dieta Mediterrânea e DASH, com foco na prevenção de doenças neurodegenerativas.
Os alimentos apresentados como benéficos são vegetais, verduras verde-escuras, oleaginosas, azeite de oliva, frutas vermelhas, grãos integrais, peixe, aves e vinho tinto. Já os alimentos contraindicados são ricos em açúcar ou gordura saturada, como carne vermelha,manteiga, queijo e preparações fritas (4).
Inclusive, já trouxemos aqui a adaptação e tradução de uma revisão sistemática de meta-análises (5). Foram encontradas associações inversas entre Alzheimer e fatores dietéticos para o consumo alimentar de peixe e na dieta mediterrânea.
No entanto, as associações apresentaram nível moderado para a qualidade de evidência, mas com nível baixo para relação de dose-resposta. Inclusive, nenhuma das intervenções encontradas apresentaram alto nível de evidência.
Isso demonstra a importância de que mais pesquisas sejam realizadas avaliando a associação entre fatores dietéticos e o desenvolvimento e prevenção de doenças neurodegenerativas.
Por fim, além dos benefícios que a nutrição pode proporcionar para a prevenção de doenças neurológicas, as intervenções devem sempre fazer parte de uma estratégia multidisciplinar. Há cuidados importantes como o incentivo para a prática de atividade física, interação social, terapias cognitivas e cuidado com a saúde odontológica, além do acompanhamento médico (6).
Até a próxima,