No último ano a fome no Brasil foi uma temática muito mais presente em debates informais entre a população. Com a pandemia do novo coronavírus e o aumento do desemprego, assim como dos preços, muitos sofreram com a insegurança alimentar, até mesmo em seu nível mais intenso – a fome.
O Dia Mundial da Alimentação (16/10) é uma data instituída em homenagem à fundação da Organização das Nações Unidas para Alimentação e Agricultura (FAO) (1). As pautas de segurança alimentar sempre estiveram presentes na agenda da FAO, além da importância de possibilitar uma alimentação mais acessível, sustentável e saudável.
Com tudo que vivemos nos últimos dois anos, não há como deixar de se aprofundar no assunto. Para citar números, trouxemos os resultados de um inquérito realizado para avaliar a situação de insegurança alimentar no Brasil divulgados no início deste ano (2021).
No período da pesquisa, 116,7 milhões de brasileiros não se encontravam em situação de segurança alimentar. Desses, 43,4 milhões (20,5% da população) não contavam com alimentos em quantidade suficiente e 19,1 milhões (9% da população) estavam passando fome (2).
O nutricionista é muito conhecido por propor mudanças alimentares, seja trabalhando com alimentação institucional, em hospitais ou em atendimento individual no consultório. Compreendendo que a alimentação vai além da nutrição, acreditamos que três pontos são essenciais no momento do atendimento:
- Considerar condições de acesso e renda quando realizar uma orientação alimentar precisa ser parte da rotina clínica de todo nutricionista, uma alimentação saudável é aquela que considera muito além dos nutrientes;
- Entender que a alimentação perpassa muitas camadas além da saúde e nutrição. Comer é um ato político, as pessoas também tem a alimentação como forma de identificação e posição da sociedade, isso deve ser considerado.
- Atentar-se para temas como política e economia é uma forma interessante de permanecer disposto a considerar mudanças nos preços dos alimentos, por exemplo, antes de realizar uma orientação.
Claro, há muitas outras questões que poderíamos pontuar. O quanto a realidade da fome é diferente nas regiões do Brasil é um ponto. Porém, infelizmente, precisamos nos lembrar que os desertos alimentares também estão presentes em regiões como sul/sudeste do país. Você pode encontrar mais informações sobre o Dia Mundial da Alimentação acessando o site oficial.
Até mais!