Durante o mês de março, muitos temas relacionados à vida e saúde da mulher tiveram protagonismo. Na nutrição não foi diferente! Inclusive, sabia que há uma área de estudo especializada em saúde da mulher?
É importante ressaltar que, no contexto a seguir, o termo mulher será utilizado a partir de uma diferenciação biológica utilizada nos artigos, a qual é baseada na presença do útero e hormônios classificados como femininos.
Na prática clínica, outros fatores também precisam ser considerados para auxiliar no acompanhamento de pessoas trans. Encontre mais informações neste livro.
Como muito foi visto sobre o tema, abordaremos alguns pontos apresentados em um estudo recente sobre a associação entre dieta e a saúde da mulher:
- Desordens ginecológicas são condições dependentes de fatores genéticos, epigenéticos e ambientais. Sendo assim, o consumo nutricional possui apenas uma fração de impacto.
- Mesmo que o estudo apresentado tenha sido publicado em uma revista relevante, a metodologia apresentada é frágil, por isso, os resultados precisam ser avaliados cuidadosamente.
Mioma: Há possível proteção com o consumo regular de frutas e vegetais, devido à ação regulatória de micronutrientes, como a vitamina D e epigalocatequina-3-galato (composto flavonoide do chá verde). A carne vermelha pode impactar de forma negativa, assim como o consumo diário de álcool (cerveja).
Endometriose: A suplementação de vitamina C e E apresentou possível impacto na regulação de marcadores de estresse oxidativo. Mulheres com endometriose apresentaram menores níveis séricos de vitamina D. Em um estudo de coorte americano, o risco foi maior com o consumo de ácidos graxos trans; e menor quando associado ao consumo de ácidos graxos de cadeia longa ômega 3.
Síndrome do ovário policístico: Há maior risco das mulheres também apresentar resistência à insulina (80% dos casos), dislipidemia, hipertensão e outras condições metabólicas disfuncionais.
O tratamento, em geral, foca na perda de peso, visando uma melhora das comorbidades associadas ao acúmulo de gordura excessivo. Suplementar coenzima Q10 e vitamina E pode apresentar benefícios, assim como vitamina D.
Não há consenso de que uma dieta específica seja mais adequada para o tratamento. Já uma mudança na distribuição calórica, nesse estudo, resultou em diferença nos níveis de testosterona, glicose e insulina no grupo que consumia mais calorias no desjejum.
Câncer:
Conclusão:
A relação entre a alimentação e as desordens ginecológicas ainda permanecem obscuras, para maior concretude são necessários estudos randomizados e também prospectivos.
A potencial influência da alimentação ocorre pelo consumo de determinados nutrientes, os quais podem impactar as funções homeostáticas associadas à fisiopatologia dessas doenças.
Confira o artigo na íntegra aqui!