Atualidades, Nutrição Materno-Infantil

Agosto Dourado e Amamentação

Estamos vendo acontecer diversas ações da campanha “Agosto Dourado”, as quais buscam apoiar o aleitamento materno, informando sobre os benefícios para o neonato e a própria mãe (1). 

Ao longo dos anos novas evidências têm reforçado a importância do aleitamento materno exclusivo, mas é importante ressaltar que essa decisão cabe à mãe, sendo essencial que o profissional da saúde respeite a conduta adotada. 

Como nutricionistas podemos informar e orientar gestantes e lactantes sobre os múltiplos benefícios da prática, como o vínculo estabelecido através da amamentação. Porém, o que sabemos e como fazer isso de forma ética? 

  • Um aumento do consumo energético é necessário para promover o crescimento e desenvolvimento adequado do feto, sendo ajustado de acordo com o período gestacional e da lactação;
  • O consumo proteico durante a gestação pode afetar o peso e altura ao nascimento, já o de gorduras e ácidos graxos essenciais é determinante para o desenvolvimento neurológico;
  • Há maior necessidade de minerais como ferro, cálcio e iodo durante a gestação. Quanto às vitaminas, ácido fólico, vitamina D, A e C aparentam ser as principais a serem adequadas durante esse período para saúde materna e do feto; 
  • O vegetarianismo pode ser uma escolha materna segura, desde que adequada nutricionalmente, com consumo ajustado de ferro, zinco, cálcio, vitamina B12 e outros nutrientes que podem estar em menor quantidade nessa dieta;
  • Desde a gestação até o momento do parto a microbiota infantil é impactada por diversos fatores, após esse período é possível que o contato com a microbiota cutânea da mãe e as bactérias presentes no leite materno possam influenciar. 

Porém, apesar dos conhecidos benefícios, o número de mulheres que realizam amamentação exclusiva reduziu ao longo dos últimos anos, quais fatores impactam nessa decisão? Podemos citar alguns:

  • insegurança em amamentar;
  • necessidade de voltar ao trabalho;
  • ganho insuficiente de peso do neonato;
  • falta de apoio do núcleo familiar ou incentivo para continuidade do aleitamento materno. 

Grupos de apoio, orientação profissional e políticas públicas de incentivo e apoio à amamentação podem ser o início de uma resposta para melhoria desse cenário!

Até mais!

REFERÊNCIAS

  1. VERDUCI, E. et al. The triad mother-breast milk-infant as predictor of future health: a narrative review. Nutrients, 1-10, v. 13, n. 2, 2021. https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/33540672/
  2. RODRÍGUEZ-GALLEGO, I. et al. Impact and effectiveness of group strategies for supporting breastfeeding after birth: a systematic review. Int. J. Environ. Res. Public Health, v. 18, n. 5, 2021. https://pubmed.ncbi.nlm.nih.gov/33806469/ 

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