Segundo a Sociedade Vegetariana Brasileira (1) vegetariano é todo aquele que não possui como parte de sua alimentação carne, aves e peixes e seus derivados, podendo ou não incluir o consumo de laticínios ou ovos.
O veganismo é uma forma de vegetarianismo, porém busca a exclusão do consumo de qualquer produto animal, derivados ou testados em animais também. Ou seja, o foco não é apenas no consumo alimentar.
As razões para a adesão do vegetarianismo são diversas, mas em geral focam em questões de saúde, preservação do meio ambiente, éticas e sociais. Além disso, há classificações dependendo das restrições de consumo alimentar:
- Ovolactovegetariano
- Lactovegetariano
- Ovogevetariano
- Vegetariano estrito
- Vegano
Mais recentemente um novo termo também tem sido utilizado, que é o flexitariano. Nesse caso há flexibilização do consumo de alimentos de origem animal e derivados, visando a redução.
Independente da escolha, ou seus motivos, quando a alimentação é bem orientada não há motivos para não ser adequada nutricionalmente e ir de encontro com as necessidades individuais.
No entanto, há algumas estratégias que podem ser aplicadas, principalmente para melhorar a absorção de micronutrientes, já que muitas vezes a biodisponibilidade torna-se menor pela presença de fatores antinutricionais.
Estratégias nutricionais
- Cálcio: a biodisponibilidade é menor devido o ácido oxálico. Frutas e vegetais ricos em potássio e magnésio contribuem para absorção do cálcio;
- Zinco: menor biodisponibilidade devido a fatores como o fitato, por isso é importante que o consumo seja maior e associado à vitamina C, visando reduzir o efeito do ácido fítico;
- Ferro: ter atenção aos fatores que estimulam a absorção (vitamina C) e inibem (alimentos fonte de cálcio ou polifenóis como taninos e catequinas);
- Vitamina B12: não há fontes alimentares de origem vegetal, podendo ser suplementada e os níveis séricos devem ser monitorados com maior frequência;
- Consumo de fibras: a distensão gástrica pode estar associada ao consumo excessivo de fibras vegetais, o mesmo pode ser ajustado até que ocorra a adaptação intestinal;
- Modo de preparo das refeições: preparações fritas, ou que necessitam da adição de grande quantidade de farináceos devem permanecer sendo exceções, se atente para isso também.
O padrão alimentar vegetariano está associado a diversos benefícios para a saúde, como um maior consumo de fitonutrientes, redução dos níveis de colesterol sérico, melhora da pressão arterial e controle glicêmico.
É importante ressaltar que objetivo dessa escolha pode estar muito além da saúde. Por isso, o nutricionista deve entender as razões do paciente ao aderir o vegetarianismo para poder adequar melhor a conduta terapêutica!
Até mais!
REFERÊNCIAS
- SOCIEDADE VEGETARIANA BRASILEIRA. Vegetarianismo: o que é. Disponível em: https://www.svb.org.br/vegetarianismo1/o-que-e
- DINU et al. Vegetarian, vegan diets and multiple health outcomes: A systematic review with meta-analysis of observational studies. Critical Reviews in Food Science and Nutrition, v. 57, n. 17, 2017. https://doi.org/10.1080/10408398.2016.1138447
- PARKER, H.W; VADIVELOO, M.K. Diet quality of vegetarian diets compared with nonvegetarian diets: a systematic review. Nutrition Reviews, v. 77, n. 3, 2019. https://doi.org/10.1093/nutrit/nuy067
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