Hoje, 19/03 é o Dia Mundial do Sono! Pensando nisso, trouxemos a tradução e adaptação de um artigo científico recém publicado sobre uma realidade que ainda estamos vivendo: a pandemia do novo coronavírus. Entre tantos impactos que a mesma gerou, sabia que o nosso sono também foi afetado?
Uma revisão sistemática e meta-análise (JAHRAMI et al., 2021) avaliou justamente isso, o impacto da pandemia na prevalência de distúrbios do sono na população em geral, profissionais da saúde e pacientes com COVID-19.
Introdução
Doenças infecciosas, como a COVID-19, estão associadas com diversos sintomas, como maior estresse psicológico e menor qualidade de sono. Uma boa qualidade de sono é essencial para saúde física e mental, além de auxiliar na regulação da resposta imunológica. Descobertas sobre como a pandemia causada pelo SARS-Cov-2 impactou a qualidade do sono podem ser úteis para desenvolver intervenções que reduzam esses problemas.
Métodos
Uma revisão sistemática e meta-análise foi realizada sobre sono e COVID-19 em toda literatura disponível, os critérios de inclusão foram: intervalo definido de publicação, artigos originais, estudos que relataram dados numéricos para problemas de sono. A qualidade dos artigos encontrados foi avaliada pela escala Newcastle-Ottawa. A análise foi de 44 estudos publicados após março de 2020, os quais incluiram 54.231 mil participantes de 13 países.
Resultados e discussão
A meta-análise da prevalência de problemas de sono indicou uma taxa de 35,7%, referente a todas as populações dos estudos. A população geral e os profissionais de saúde demonstraram taxas próximas, com 36,0% para o primeiro grupo e 32,3% para o segundo, respectivamente. Pacientes com COVID-19 foram os mais afetados, com uma prevalência de 74,8%.
Em comparação com outras meta-análises, as quais avaliaram a prevalência de estresse, ansiedade e depressão durante a pandemia da COVID-19, a porcentagem encontrada de problemas de sono é similar a todas as outras.
Era esperado que pacientes com COVID-19 apresentassem maior distúrbios do sono, devido aos sintomas como tosse, febre e dificuldade em respirar, os quais podem atrapalhar o sono. No entanto, essa sobreposição das taxas e similaridade entre resultados apontam para possíveis associações entre comorbidades psiquiátricas e distúrbios do sono; como a possibilidade de maior estresse e ansiedade entre pacientes com COVID-19.
Uma das limitações do estudo deve ser destacada, a investigação não considerou fatores como: atividade física, fumo e uso de substâncias, estresse pós-traumático ou fatores de confusão social, como mudança de estado civil ou emprego; os quais poderiam ser relevantes.
Conclusão
Problemas de sono durante a pandemia da COVID-19 afetou aproximadamente 40% da população estudada. O grupo que apresentou maiores taxas de prevalência para problemas do sono foram pacientes com COVID-19. É necessário que outros estudos sejam conduzidos, principalmente longitudinais, para determinar o impacto da COVID-19 no sono.
Para acesso ao artigo na íntegra acesse esse link 🙂
Boa leitura, até mais!